Economia inteligente no condomínio: segredos para reduzir custos com água, gás e energia

Leandro Jordao • 28 de setembro de 2025

Você já parou para calcular quanto da taxa condominial está ligada ao consumo de água, gás e energia elétrica? Em muitos prédios, esse percentual é alto — e boa parte dele resulta de desperdícios ou de modelos de rateio injustos.


A seguir, trago dados concretos, exemplos de sucesso e práticas modernas que já mostraram resultados em condomínios reais.

Panorama do mercado e tendências relevantes

No Brasil, já existem 3,7 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados em residências, totalizando uma capacidade de 41,9 GW em geração distribuída.  A modalidade solar residencial atingiu 4 milhões de consumidores, com 20,5 GW de capacidade instalada no país.


Pequenos condomínios já relatam redução de até 50% no desperdício de água após implementação de sistemas inteligentes de medição e reparo de vazamentos. Em um estudo de reuso de água em condomínio (Bragança Paulista), o valor investido foi de R$ 186.754, e a economia gerada foi de R$ 374.400, com payback estimado em 2,4 anos.


Um condomínio em Blumenau, ao revisar sistemas e adotar equipamentos eficientes (como redutores de pressão), identificou desperdício significativo e reduziu drasticamente seu consumo.


Esses dados mostram: o mercado está caminhando ativamente para soluções eficientes, e condomínios que adotam essas práticas já estão colhendo resultados econômicos.

Parágrafo Novo

Água: desperdício invisível e justiça no rateio

Muitos prédios ainda distribuem a conta de água de forma igualitária entre unidades, mesmo sabendo que o consumo varia bastante. Isso gera insatisfação e incentiva desperdício.

No estudo de caso em São Paulo (Campo Limpo), após individualização da medição, percebeu-se que as unidades com consumo elevado passaram a ter responsabilidade direta, o que motivou economia. 


Boas Práticas:

  • Individualização da água — instalar hidrômetros por unidade. Estima-se que condomínios que adotam esse modelo podem reduzir o consumo em até 30-40 %. 
  • Monitoramento e leitura frequente — realizar leituras periódicas e comparar o consumo da média. Vazamentos são mais facilmente detectados.
  • Aquisição de dispositivos eficientes — válvulas de descarga com duplo acionamento, arejadores de torneira, redutores de pressão.
  • Reuso de água — sistemas de reuso (água de chuveiro, máquina de lavar) para uso em irrigação ou limpeza externa.
  • Campanhas de conscientização — afinal, sem o envolvimento dos moradores, as medidas técnicas têm alcance limitado.


Gás: um custo pouco percebido, mas presente

Apesar de muitas unidades usarem o gás de forma desigual (cozinha, aquecedor), o rateio costuma ser uniforme. Vazamentos ou manutenção precária são fontes de desperdício e risco.


Estratégias eficazes

  • Adotar sistemas de medição individualizada de gás, quando viável.
  • Realizar manutenção preventiva regularmente para detectar perdas ou vazamentos invisíveis.
  • Utilizar panelas adequadas e manter chamas bem ajustadas, além de evitar uso do forno para pequenos preparos.
  • Registrar os consumos ao longo de meses para identificar unidades com consumo destoante e investigar causas.

Energia elétrica: eficiência é a palavra-chave

A energia elétrica é um dos custos fixos mais pesados para qualquer condomínio. Elevadores, bombas, portões, iluminação e CFTV funcionam 24 horas por dia.


Medidas de impacto nas áreas comuns:

  • Substituição total por lâmpadas LED.
  • Instalação de sensores de presença em corredores e garagens.
  • Revisão preventiva de elevadores e motores para evitar sobrecargas.


Dentro dos apartamentos:

  • Desligar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso.
  • Priorizar eletrodomésticos com selo Procel A.
  • Ajustar ar-condicionado para temperaturas médias (23º a 24ºC).



Conclusão: economia e sustentabilidade caminham juntas

Economizar recursos no condomínio não é apenas questão financeira. É também sobre responsabilidade ambiental, justiça entre moradores e valorização do patrimônio.
Ao aplicar hábitos simples e investir em tecnologias modernas, o condomínio reduz custos, evita conflitos e se prepara para um futuro mais sustentável.

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